domingo, 11 de julho de 2010

Sentença.

- Eu consigo entender. – Repeti isso diversas vezes a mim mesma. Mas eu não conseguia, tive que me afundar, afogar, cavar, despedaçar, e depois de um tempo começar a seqüência de novo, foi assustador.
Foi esquecer de ver a luz, porque eu não sabia mais o que era luz.
Fiquei cega, daí soube que me haviam outros sentidos.
Daí soube que por mais que doesse fundo, eu continuava a caminhar, a respirar.
Soube que o mundo nunca pararia de girar por minha causa.
Soube que as lágrimas que eu sempre temi, molharam o meu rosto e minha alma.
Que não era tudo drama, e sim realidade.
E que eu vivo, embora um pedaço meu partiu.
E que vou sorrir sem ele.
Daí soube da existência do sobreviver.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Hoje eu só quero voar, voar, voar!

Não sei descrever mais a dor, acho que nunca soube.
Eu respiro, piro.
E o grito fica entalado corroendo por dentro.
Cansei, cansei de estar nesse estado, no ponto morto.
É quase vegetativo, você quer tudo, mas não sai do pensamento.
Eu já me perdi, e não agüento mais redundâncias sem mudanças da minha parte.
Hoje eu só quero voar, voar, voar!
Voar de um modo bom, sem colisão, ou aterrissagem.
Vou partir, mentira. Estou partida.
Vou me varrer e me mudar.
Isso tudo é para dizer a mim mesma que cansei de me enganar.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Era pra ser poético..

E o que me irrita, é o incurável,
esse buraco gigante
que rouba o sentido
mas
de alguma forma é gentil
mas
mesmo assim levo tapa na cara
mas
não dói tanto
quanto
pensar nessa ausência
acho que
quero achar que
talvez eu possa
consiga
me acostumar com essa dor
latente
que grita
- volta
- fica
- vem..
Ai eu pisco
volta o filme
tento desde o começo
assistir
prestando atenção em cada detalhe
pra encontrar algum sentido
não chego a lugar algum
e o fim é o mesmo
vai ser
sempre.
Ai eu grito
e declaro
- não vivo de passado
e creio
que um dia
eu possa enterrar o que me incomoda
bem
a sete palmos do chão.