terça-feira, 30 de julho de 2013

Ultimato.

- Não foi.
- Tempo perdido.
- Não!
- Foi!
- Tempo...
- Perdido?
(Ultimato)
- Não foi tempo perdido.



segunda-feira, 29 de julho de 2013

Reflexos no espelho do banheiro.

Essas longas horas que gasto na madrugada, o gosto amargo das músicas, o gosto doce das músicas, e essa montanha russa de lembranças.
Eis um pequeno fato cotidiano, o meu reflexo no espelho do banheiro.
Eis uma das minhas memórias favoritas de nós, um amor, passos, um cigarro, seus ciúmes do cigarro, nossas peles tão iluminadas, nosso brilho, nossos olhos castanhos, nosso despenteio, nossos sorrisos, nossos silêncios, nossas alturas tão diferentes, no reflexo do espelho do banheiro. Um retrato do amor, no reflexo do espelho do banheiro.
Madrugada, lembranças, músicas, silêncio, passos, um cigarro, um espelho, meus olhos, meu despenteio, meus olhos castanhos, minha face, minha altura, meu reflexo no espelho do banheiro.
Depois do nós, me enganei ao supor que não ia restar nada, resta um bucado nos reflexos da vida, resta um bucado nos reflexos do espelho do banheiro.

sábado, 27 de julho de 2013

Reabilitação.

Singular, plural, singular.
Um, dois, um.
Eu, nós , você, nó, eu.
Flor, flores, flor.
Ontem
(duas cores, lábios, pernas, mãos, e almas que se entrelaçavam)
Hoje
(braços. e alma num leve desespero por um abraço)
Amanhã
( um coração, um riso, e laços)

- Eu me chamo Patrícia.
      * Oi Patrícia*

- Digamos que eu... Eu desaprendi a ser um depois do dois
ser, soul no infinitivo
e aliás
é finito o plural?

- O infinito é a sinfonia que nos
toca a alma.
O finito é a dança à dois.
De qualquer forma, a resposta que você procura está dentro do seu coração.

- Meu bem, eu sou do coração
eu moro em corações
fiz morada aí,
cá, e hoje vou pra lá sem saber a
direção.

- É quase impossível ver o vento, mas a gente sempre sabe pra que lado ele sopra.

  - E se o sopro assustar o coração?

- Descompasso, no compasso, em passos, tudo vai depender
dos seus passos.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Diário da tua ausência.

E eu suporto a tua ausência, a falta da cor da tua pele, os nossos silêncios, e que hoje é só o meu, eu suporto a ausência do castanho dos seus olhos, e que hoje é só o meu. A falta do seu sorriso, e que hoje é só o meu. A suas mãos geladas, suas pernas geladas, e que hoje são só as minhas, o jeito que é tão viva dentro dos meus sonhos. e o fato de que de todos os nossos encontros, nos sonhos são os mais doloridos, suporto a ausência do nós, porque me sobrou eu, e eu preciso me cuidar, e eu vou suportando, supondo, surtando.

Teus detalhes.

Esse teu sorrir com os olhos num acabamento perfeito em covinhas, seus lábios  quando ficam mais avermelhados do que de costume, seus dentes que não tem vergonha nenhuma de serem mostrados. Esse brilho que saí dos teus olhos, esses seus braços que sabem encaixar qualquer um perfeitamente, e acolhe, o despenteio matinal singular do seu cabelo , o cheiro do seu café, o despenteio natural do seu cabelo em dias de vento, suas mãos que são tão macias e tão firmes, suas pintas em lugares tão singulares, sua marca de nascença, suas pernas, teus detalhes, seu gosto pra música, seu jeito singular de arrancar sorrisos, seu ombro como o melhor travesseiro desse mundo, seus vícios, seus olhos observadores, a maneira como você pisca, a maneira como solta a fumaça do cigarro, como segura o cigarro, como segura o copo de cerveja, a sua mania de beber tudo em caneca, o som da sua risada, o seu amor pela sua família, o seu cuidado, o jeito que joga video-game, o jeito que escova os dentes, o jeito que amarra os cadarços, e arruma o óculos de grau. Seu cheiro natural, depois do banho, depois do perfume, depois do cigarro, depois do chiclete, todos... Sua cara de brava, a sua bondade, e sua falta de memória, seus instantes, o jeito que você toca sua música preferida, suas dancinhas, sua sinceridade, sua respiração profunda, o seu jeito de estalar os dedos, e como você se espreguiça, sua mania de andar descalço até no frio, o jeito em que você deita na cama, o jeito como encolhe as pernas, o jeito que mastiga a comida, e como boceja, a maneira como trata os desconhecidos, e quando dá o seu lugar no transporte público, o seu tênis sujo, a sua camisa, seus livros, sua coleção de cd, as suas fotografias, a parede do teu quarto, sua coleção de isqueiros, a maneira que você treme, seu ranger de dentes na madrugada, sua solidão singular, seus olhos alegres depois dos tristes, suas lágrimas, o tempo que você gasta à toa, seu jeito de explicar alguma coisa complicada, o seu signo, o jeito que você admira um dia frio e nublado, mas também o jeito que admira um dia ensolarado, sua insônia, o despenteio do teu cabelo depois de fazer amor, sua cara de prazer, o modo de como desabotoa os botões da camisa, seu sutiã preto nessa tua pele clara, suas canelas, seus joelhos, o osso do teu cotuvelo, seu pescoço, suas tattoagens, teus detalhes... o tom que usa pra falar com os teus cachorros, o tom que usa quando canta, o tom que usa pra falar no telefone, o tom que usa quando está brava, seu tom, os ossos da sua mão, seu pé, o dedinho do seu pé, o fato de você quase nunca pintar as unhas, a maneira de como você fala do amor, sua expressão quando chega a alguma conclusão, suas respostas, sua bochecha rosada, seu espirro matinal, sua pele arrepiada, o jeito que cruza as pernas, mas também o jeito como senta esparramada, teus detalhes, seu coração disparado, suas mãos geladas, sua pele macia, suas orelhas, seu nariz gelado, sua língua, suas caretas, a maneira de como vê a vida, seus olhos na vida, seus olhares, você em mim, eu em você, teus detalhes...

terça-feira, 16 de julho de 2013

Manual de instrução.

Há necessidade de ser perder, completamente.
Há necessidade de ir a beira da loucura.
Para se achar, para sanar.

Há necessidade de tempos difíceis, de tempestades.
Para limpar, para dançar, resfriar, e perceber que o sol também muda, e aquele, bem aquele que aparece depois da tempestade, é o que mais brilha.
Há necessidade de se isolar
fechar a porta
arrumar a casa
porque uma hora a visita vem.
Há necessidade de ser um, ser dois, ser um.
Há necessidade de caminhar.
Há necessidade de deixar ir, embora essa sejas umas das necessidades que mais doem.
Há necessidade da coragem, para sentir
o amor
para amar
o amor
deixar que a maré o leve
e mesmo assim sentir o cheiro quando a brisa vem.
Há necessidade do medo, para se permanecer vivo.
Mas há necessidade de enfrentar os medos e anseios, para se permanecer vivo, também.
Há necessidade de morrer, para ser fênix.
Há necessidade de sempre ter fé na vida, nos bons ventos, e nas canelas fortes,
porque é lei da vida de que as coisas boas sejam testadas, e no final a peleja é
interna, e o que vai sobrar são os seus olhos castanhos e de como o mundo se
transforma a todo instante, e todo instante é sempre, e o sempre é capitado pela
janelas castanhas da alma.
Há necessidade de ser épico, e para isso é necessário ser dois.
Há necessidade do nó depois do nós.
E há necessidade de sempre superar o ontem.
O "s" do nós, que virou o nó.
Transformou-se em seja.
Seja.
Seja mais feliz do que já foi.
Seja mais sorridente.
Seja mais vida.
Seja mais dois.
Seja mais montanha.
Seja mais alma.
Seja mais, é um afronto ser menos.
Seja mais amor, e eu sei que dói, mas a dor é menos do que ser mais.
E é necessário coragem para ser mais.
E de coragem você sabe.
Porque a maior coragem que deve se ter é a de entrar em contato
com o tato
com o olfato
com a visão
audição
e ser sentido
sem sentido
com sentido
e ainda sim
apesar das pelejas
das tristezas
de ser épico
de ser pesado
é saber
no fundo
da alma
que sempre
você vai preferir amar
amar mais do que amou ontem
e se tudo se transforma
se reinventa
serei apenas um
um sonho bom
um tom, um som
um pedaço de guardanapo colorido que se guarda no peito
vez em quando faz sorrir
vez em quando borra de lagrimas
mas se guarda
há necessidade de sonhar todos os dias
e a maior necessidade de todas é ter mais de um sonho!