- Eu consigo entender. – Repeti isso diversas vezes a mim mesma. Mas eu não conseguia, tive que me afundar, afogar, cavar, despedaçar, e depois de um tempo começar a seqüência de novo, foi assustador.
Foi esquecer de ver a luz, porque eu não sabia mais o que era luz.
Fiquei cega, daí soube que me haviam outros sentidos.
Daí soube que por mais que doesse fundo, eu continuava a caminhar, a respirar.
Soube que o mundo nunca pararia de girar por minha causa.
Soube que as lágrimas que eu sempre temi, molharam o meu rosto e minha alma.
Que não era tudo drama, e sim realidade.
E que eu vivo, embora um pedaço meu partiu.
E que vou sorrir sem ele.
Daí soube da existência do sobreviver.
3 comentários:
A diferença entre viver e sobreviver.
É assim: parece que o doce se mistura com o salgado, que a dor não vem só de um ponto, que é impossível definir alguma coisa...
é uma parte que parece maior, é maior. Mas o mundo não fica lhe esperando, não espera que seus olhos voltem a enxergar as cores, as pessoas, o mundo... a luz que existe.
Daí, alguma coisa faz com que você se dê conta de que foi, e não será, de que esse pedaço partido, depois do tempo ou de alguma coisa melhor, tudo acalma e ele só fica ali...
"Soube que o mundo nunca pararia de girar por minha causa."
é, de fato ás vezes nos esquecemos disso. Uma pena, mesmo.
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