segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Túnel.

A rua era cinza, o céu era cinza, os prédios eram cinzas.
Seu terno era azul, seu chapéu também, e seus sapatos pretos.
A Mulher vestia um vestido branco rodado, era o contraste da rua.
Tudo podia ser cinza, mas eles sorriam, andando de braços dados.
Ele era a pessoa mais feliz do mundo, talvez ela fosse a segunda.
Ele era completo, e invencível.
Ela era sua linda dama.
Ele tinha cabelos pretos em baixo do chapéu.
Ela tinha cabelo louros cacheados ao vento.
Ele era alto.
Ela acabava no seu ombro.
Eram um par.
Ela sofreu um acidente de carro.
Levou toda a felicidade dele com a batida.
Ela não resistiu.
Ele também não.
Ele molhou o quarto de lágrimas.
Ele molhou o quarto de sangue.
Ele decidiu puxar um gatilho.
Ele só acreditava em um amor, e este já não vivia mais,
então não fazia sentido fazer o mesmo.
Hoje, ele mudou.
Ela também.
Não sabem o que são.
E já se partiram de novo.

3 comentários:

Pierre. disse...

Suas narrativas me invejam, de uma criatividade e timbre inacreditáveis.

Lhe adoro....

Beijos miles.

bruniuhhh disse...

ahh, muito ótima.

*um dos meus blogs preferidos.

Che.r.ry disse...

o mais surreal disso tudo é que eu sei, com suas palavras, que isso foi real. ainda fico atordoada com esse assunto... aliás, assunto que me rendeu pensamentos até domingo ants de dormir.

quero descobrir o sentido dessa vida... aiai. estou sufocando.