quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Suponho que,

- É tão bonito ver o quanto ele te completa.

- Mas as vezes dói.

- Dói pelo costume de estar vazio, e quando alguém completa, dói.

Dói...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Respiração.

Gritos presos na garganta, a única coisa que sai dali é fumaça,
fumaça desesperada.
Vazio, in(constante)
O cigarro queima, me queima
queria por um segundo
que te queimasse
também
Será que é só o pulmão
mesmo
que está preto?
Alguma coisa grita dentro
de mim
voz estranha
esquisita
Devo ter perdido
alias
me perdido
A fumaça entra nos olhos
provoca
lágrimas de fumaça
Foda-se
Acende mais um cigarro
pra
só para
preencher o interior.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Espera.

Tento ver cada gesto e reação. Jogo um verde. Digo que sei onde piso e me arrisco.
Sou contra e te irrito só para ver suas narinas em movimento num apertar de olhos.
Analiso cada movimento, consigo apenas respostas vagas. Quase arranco palavras para ter alguma certeza das suas brincadeiras.
Finjo que não ouço suas palavras, na esperança de poder ouvi-las pela segunda vez.
A curiosidade que causo é recíproca,
Sorrio mesmo quando não quero.
E por algum motivo deixo escapar pensamentos fujões e sinceros.
Ironizo para fugir da verdade.
E tento provocar seus sentidos.
Sou sutil sobre o meu querer e digo coisas totalmente sóbria, dever ser questão de afinidade, confiança, esperança.
Eu não sei dos seus passos, crio ou trago a tona questões, me questiono do futuro, e 3 anos é muito.
Confuso, confusa, confusas.
Estou, está, estamos, não sei.
Mas digo e sinto, o meu bem querer pulsa fundo aqui pra você.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Comparações.

O cinzeiro transbordado de cigarro tinha motivos.
O prazer dela era acender o tal e tragar uma vez, duas, depois deixava queimar, era um briga de bituca e cinzas.
Seus amores eram iguais, ela dava um trago ou dois e viravam cinzas.
Podia até ser uma comparação absurda.
Mas era urgente o seu desejo de ver fumaça.
Ora ela fumava um filtro vermelho e se entediava e voltava para o branco.
Tinha dias que acordava com vontade de fumar um maço, noutro deixava queimar por si só, fazia fogueira com os fósforos queimados. E o seu quarto cheirava a cigarro.
A única coisa colorida eram seus olhos verdes e profundos.
Quando ela fumava o cigarro inteiro, o maço inteiro, o dia seguinte era uma merda, mas já era um ciclo vicioso.
Com o amor? O efeito era o mesmo.

domingo, 22 de agosto de 2010

Rodeios


O branco daquelas paredes agoniava até a minha alma, juro que se não fossem estofadas bateria minha cabeça até o rachar do crânio.
Meus braços atados mostravam as impossibilidades do próprio enforcamento.
As lágrimas quase alagaram aquela sala vazia e o barulho do meu inconstante coração me perturbava ainda mais.
Eu não sabia o motivos de estar ali, eu só havia perdido uma parte da minha existência.
O silêncio matou meu cérebro quando perdi as palavras.
Lá não chovia nem fazia sol, quase me fazendo sentir a rotação da terra.
Me arrependo, pois os cortes que havia em meus pulsos poderiam ter sido bem maiores.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Praia.

A água batia nas canelas, estava gelada, os pés sentiam a areia molhada que se infiltravam entre os dedos.
O céu estava nublado, nada de raio de sol, nem do azul que da gosto de olhar.
Não tinha uma alma se quer naquela praia, que hoje não estava tão bonita.
Os cabelos louros voavam com o vento fazendo com que seus dentes batessem uns contras os outros.
Ela fechou os olhos, tentando pela última vez ouvir aquela voz que a matinha viva.
Mas essa voz já não estava presente, não em tom, nem e carne.
Suas lágrimas iam urgentemente de encontro ao mar.
Podia jurar ver um sorriso conforme a água subia no seu corpo.
Olhos fechados que não abririam mais, não por vontade própria.
O mundo girava e para ela não fazia mais diferença.
Ela se transformou em água.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O (não) saber.

A batida do seu coração parecia música. Parecia a melhor música que ouvir em toda a minha existência, ele acelerou quando disse que à amava. Poderia dançar naquele momento.
Eu a beijava com profunda vontade, como se só respirasse direito quando sua boca colava na minha.
Ela sorria entre mordidas nos lábios. E beijava meu pescoço me fazendo respirar fundo e a querer por toda a eternidade.
Minha mão percorria todo o seu corpo, queria gravar cada detalhe da perfeição mesmo na imperfeição.
Seus olhos chegavam na minha alma. O cheiro do seus cabelos coloram na minha narina, e o seu cheiro hospedou-se em meus pulmões.
Ela poderia ser minha além do pra sempre. Mas eu não sei seu nome, nem onde mora, muito menos o telefone para ouvir somente um alô, e ter a certeza de que aquela voz era feita só para mim.
O mundo gira e talvez ela esteja do outro lado.

sábado, 7 de agosto de 2010

28/03/2010

Hoje eu me perdi por aí, meu olhar ficou vago, e a cabeça oca.
O coração batia, mas não pulsava o sangue, gelo.
Eu dizia não é nada. Realmente não é nada, falta ser.
"Eu não estou triste, eu não estou feliz, o problema é que não estou".
Tento estar, mas as vezes escapa, tropeço e fico pra trás olhando o movimento.
Ultimamente tenho escutado pouco, observado mais, quando pisco vejo que estou em transe.
Deixei paixões, em buscas de novas, a fim de fazer diferente, de deixar rolar, ai eu penso.
A cabeça não doi, pelo ao contrario, seria doloroso não pensar.
Ai eu sinto, eu quero olhos profundos que entre dentro dos meus.
Eu quero um sorriso só para mim, que não seja meu, mas me de, o prazer de olhar.
Cheiro, tatos, todos os sentindos, até o sexto por favor.
Vamos deixar o sentimentalismo para depois, eu só quero me perder nos meus pensamentos, achar
a saída e ver que o clima tá bom, o vento tá otimo, algumas rosas amarelas pelo caminho.
Eu quero o desejo matado, bem matado, bom.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Túnel.

A rua era cinza, o céu era cinza, os prédios eram cinzas.
Seu terno era azul, seu chapéu também, e seus sapatos pretos.
A Mulher vestia um vestido branco rodado, era o contraste da rua.
Tudo podia ser cinza, mas eles sorriam, andando de braços dados.
Ele era a pessoa mais feliz do mundo, talvez ela fosse a segunda.
Ele era completo, e invencível.
Ela era sua linda dama.
Ele tinha cabelos pretos em baixo do chapéu.
Ela tinha cabelo louros cacheados ao vento.
Ele era alto.
Ela acabava no seu ombro.
Eram um par.
Ela sofreu um acidente de carro.
Levou toda a felicidade dele com a batida.
Ela não resistiu.
Ele também não.
Ele molhou o quarto de lágrimas.
Ele molhou o quarto de sangue.
Ele decidiu puxar um gatilho.
Ele só acreditava em um amor, e este já não vivia mais,
então não fazia sentido fazer o mesmo.
Hoje, ele mudou.
Ela também.
Não sabem o que são.
E já se partiram de novo.

domingo, 11 de julho de 2010

Sentença.

- Eu consigo entender. – Repeti isso diversas vezes a mim mesma. Mas eu não conseguia, tive que me afundar, afogar, cavar, despedaçar, e depois de um tempo começar a seqüência de novo, foi assustador.
Foi esquecer de ver a luz, porque eu não sabia mais o que era luz.
Fiquei cega, daí soube que me haviam outros sentidos.
Daí soube que por mais que doesse fundo, eu continuava a caminhar, a respirar.
Soube que o mundo nunca pararia de girar por minha causa.
Soube que as lágrimas que eu sempre temi, molharam o meu rosto e minha alma.
Que não era tudo drama, e sim realidade.
E que eu vivo, embora um pedaço meu partiu.
E que vou sorrir sem ele.
Daí soube da existência do sobreviver.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Hoje eu só quero voar, voar, voar!

Não sei descrever mais a dor, acho que nunca soube.
Eu respiro, piro.
E o grito fica entalado corroendo por dentro.
Cansei, cansei de estar nesse estado, no ponto morto.
É quase vegetativo, você quer tudo, mas não sai do pensamento.
Eu já me perdi, e não agüento mais redundâncias sem mudanças da minha parte.
Hoje eu só quero voar, voar, voar!
Voar de um modo bom, sem colisão, ou aterrissagem.
Vou partir, mentira. Estou partida.
Vou me varrer e me mudar.
Isso tudo é para dizer a mim mesma que cansei de me enganar.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Era pra ser poético..

E o que me irrita, é o incurável,
esse buraco gigante
que rouba o sentido
mas
de alguma forma é gentil
mas
mesmo assim levo tapa na cara
mas
não dói tanto
quanto
pensar nessa ausência
acho que
quero achar que
talvez eu possa
consiga
me acostumar com essa dor
latente
que grita
- volta
- fica
- vem..
Ai eu pisco
volta o filme
tento desde o começo
assistir
prestando atenção em cada detalhe
pra encontrar algum sentido
não chego a lugar algum
e o fim é o mesmo
vai ser
sempre.
Ai eu grito
e declaro
- não vivo de passado
e creio
que um dia
eu possa enterrar o que me incomoda
bem
a sete palmos do chão.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Fim dos tempos..

O simples nunca foi suficiente para mim. Eu não quis estragar o simples para buscar o complexo, muito menos deixar algo de lado para buscar outra coisa.
Aconteceu e eu sorri, depois chorei, e por fim pirei, mentira, chorei de novo.
Me reergui e me perdi, te perdi, agora caminho, reto para ver se da certo.
Deixando o passado no passado, não é que eu esteja cansada de lutar, eu desisti. Não vale mais a pena, pra mim basta.
Parei pra respirar e cheguei nessa conclusão. Desgastei feito um freio de roda, que quando esta no toco, começa a fazer um barulho extremamente irritante, não vou ficar fazendo barulhos irritantes, no final da conta ou você troca a pastilha, ou ameaça a roda com arranhões.
Tudo passa o que resta é a essência, mas mesmo essa como Astréia uma hora desiste.
Vê a real, eu posso falar de tudo, ou sentir tudo, ficar nessa repetição inconstante e árdua, mas quando um filme já foi gravado, o final vai ser o mesmo, sempre.

terça-feira, 1 de junho de 2010

The Sun.

- Eu era apaixonada por você há tanto tempo e nem sabia,juro. – Diminui os passos.

- Você me assusta.

- E eu entendo esse medo, minha idéias são totalmente auto-destrutiva, quando eu compartilho o caminho é correr. – Agachei sentando no gramado verde, que tocavam apenas meus olhos tristes.

- Eu gosto do risco. – Ela sentou ao meu lado, me permiti sentir um calor que não vinha do sol.

- Não brinca comigo. – Arranquei alguns matinhos rasgando um por um.

- Você é louca, eu estou aqui totalmente disposta a tentar essa paixão mortal, e você nem sequer olha nos meus olhos.

- Sabe o que é? – Ela pegou meu queixo e alinhou nossas cabeças. – Eu tenho medo de não encontrar essa paixão que tenho por você em seus lindos olhos.

- Você é idiota. – Eu sorri. – Acha mesmo que eu destruiria uma amizade se não estivesse apaixonada? – Meu coração disparou ao universo.

Eu pisquei os olhos, talvez para sair de alguma transe, ter certeza de que não era um sonho, um delírio, ou afins, e em segundos seus lábios encaixavam nos meus como se aquela peça era a única que faltava pra tudo que havia em mim funcionar perfeitamente, seu cheiro preenchia meus pulmões e nossos corações batiam juntos ressoando a quilômetros de distancia.

- Você me assusta. – Disse ela novamente, eu me afastei um pouco. O silencio me massacrou. – Você me assusta porque meu sentir é grande eu não sei lidar com.

- Pega o outro remo, que estamos no mesmo barco. – Ela tocou minha mão entrelaçando seus dedos nos meus e meu puxou para o chão e deitou sua cabeça em meu peito.

- O sol ta diferente... – Falou baixo como alguém que deixa escapulir um pensamento fujão.

- É o ponto de vista, o sentir, agora você tem tudo em dobro. – Eu beijei sua cabeça e pude sentir sua respiração se transformar em sorriso, acho lindo quase inacreditável quando duas peças se encaixam.


Acho que já posso morrer... Fiquei ciente de que esse pensamento ficasse dentro de mim.

domingo, 23 de maio de 2010

Xícara.

Talvez nos nossos momentos mais triste, mais frios, precisamos de uma xícara bonita, com um café bem quente, para nos aquecer, para nos queimar a língua, dizendo indiretamente que ainda há vida dentro de nós, quando doí tanto que fica difícil de se respirar, ferva a água(chore bastante), pegue o pó( fique ciente da dor), misture os dois( você precisa estar ciente dos seus sentimentos) acrescente açucar( esperança) e beba em uma xícara bem bonita.
A tristeza é bonita olhando por esse ângulo, o cheiro é bom, mas não axagere nela, causa dependência e amarela os dentes.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

(des)necessário

Ou me mato, ou, te mato dentro de mim.
Eu queria mesmo fazer todas as escolhas.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

(não) anestesiada

Abra as mãos e as separe-as é assim que tem de ser, deixar o fluxo rolar, sabe?
Chega, de tentar manipular, e chega de ser manipulada, as coisas simplesmente
(des)acontecem, e você precisa abrir o olhos para enxergar.
Chega de bagagem extra, e de pagar mais caro por isso, porque sempre a limites,
ou, linhas, se cair melhor.
Da um passo com a perna direita, mas começa com a esquerda, e aí se minha
superstição não vai alem da porta de casa, tranquei lá.
Carrego pimentas no chaveiro, mas nem sei se ajuda mesmo, porque quando eu
quiser me acabar, ninguém segura.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

vôce me vira a cabeça

Sinceramente? Eu já estou perdida, e não consigo mentir para mim, a verdade lateja urgentemente dentro da cabeça e escorre pelos ouvidos.
Eu já não consigo escutar mais nada, porque há uma voz dentro de mim que grita todo o meu querer e abafa tudo que é de fora;
E o que eu quero? Peneiro tudo, afim de deixar o grosso e os fiapos para fora do suco de limão, meio azedo mais gostoso, danado.
Seus olhos vão para todas as direções menos para onde estão os meus, carentes e quase transbordados de água esperando mais de 5 segundos de puro contato visual, quando a sintonia da um click.
Eu não sei, se já comecei e caminhei bastante, ou, se caminhei pouco, estou perdida entre os dias, meses, anos e horas, não conto os segundos, desculpe, só sei que estou cansada, sem um copo de água para beber, sem um sofá para descansar.
Eu te quero, quero! E não sei mais como mostrar pra você, você esta em um freqüência e eu em outra, torcendo para gente ouvir a mesma música..